quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cristãos queimados vivos na Nigéria

Queridos! Vocês estão dispostos a isso para servir a Cristo?! Lembrem-se que Ele fez muito mais por nós!  

"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé"

"Estes são os que diante da morte, não amaram a própria vida..." (Apocalipse)



Cristãos queimados vivos por muçulmanos sunitas da Nigéria.


Notícias como essa, que deveriam estampar a primeira página dos jornais, são solenemente ignoradas pela grande mídia.


Vamos divulgar!!!


Merece a atenção e divulgação de todo aquele que professa a fé em Jesus Cristo!!!

Um verdadeiro absurdo! Triste demais, mas a pura realidade!

Divulguem.

Espalhem esta notícia.

Vamos fazer a nossa parte!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Operário em Construção

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Nao sabia por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato como podia

Um operário em construção
Compreender porque um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento

Além uma igreja, à frente

Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Nao fosse eventualmente
Um operário em contrução.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
  À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem fazia
Ele, um humilde operário
Um operário em construção.
Olhou em torno: a gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento

Nao sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que nao havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro dessa compreensão

Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele nao cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Excercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu

Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia "sim"
Começam a dizer "não"
E aprendeu a notar coisas
A que nao dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!

E o operário fez-se forte
Na sua resolução

Como era de se esperar

As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão
Mas o patrão nao queria
Nenhuma preocupação.
- "Convençam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário

Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu por destinado
Sua primeira agressão
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário

Sua primeira agressão
Muitas outras seguiram
Muitas outras seguirão
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência

Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo contrário
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher
Portanto, tudo o que ver
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário

Que olhava e refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria
O operário via casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão

Nao vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se

Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construido
O operário em construção 

Vinícius de Moraes

Mais do tio Vini

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ausência / A rosa de Hiroxima

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face

Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa

Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos

Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.


 
A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.


Vinícius de Moraes

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Soneto do Amor Total


Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.



Parabéns a nós dois!

Ontem, mais precisamente às 22:40h, eu completei 20 anos, e o tio Vini, se estivesse aqui, completaria 99. Minha felicidade maior é saber que ele vive entre nós nas letras e canções que escreveu e sobretudo na inspiração que ainda produz. Compartilho com vocês aquele que eu considero o seu mais lindo soneto (talvez seja por causa do meu tio quer eu seja uma româtica incurável!). Parabéns a Vinícius de Moraes. Apreciem!



Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eu não existo sem você



Eu sei e você sabe,
já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo
levará você de mim
Eu sei e você sabe
que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A complicada arte de ver

Por: Rubem Alves

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca“. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões e é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que vejo me causa espanto.
Fotografia de Eduardo Guilhon A complicada arte de ver
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver“.
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê“. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra“. Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios“, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori“, a abertura do “terceiro olho“. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram“.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram“. Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção“: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa (garrafa, prato, facão) era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção“.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam… Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Fotografia de Guilhon A complicada arte de ver
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas“.
Por isso (porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver) eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos“…
Texto de Rubem Alves, educador, escritor. Livros novos para crianças e adultos-crianças: “Os Três Reis” (Loyola) e “Caindo na Real: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho para o Tempo Atual” (Papirus). Pode aceder ao seu site em www.rubemalves.com.br

Olá!

A minha última postagem data de 9 de junho...
Muito tempo, não?
De lá para cá muita coisa aconteceu na minha vida, mas fazer aquilo que eu gosto continua em mim; quem me conhece sabe que o que eu gosto mesmo é de estar aqui, escrevendo, essa é a minha essência. Talvez não seja o que faço de melhor, mas com certeza o que mais amo fazer; é uma das coisas que me enchem de prazer e alegria. Não vale a pena correr tanto na vida e não nos dedicarmos àquilo que nos dá contentamento verdadeiro, pois:
"Quando a gente vai procurar o que fazer dentro da gente, acontece uma coisa incrível! A gente sempre acaba fazendo o que gosta e fazer o que a gente não gosta é o pior emprego do mundo. Pegar esse "aparelho", que pisca, que ri, que chora, e colocar para trabalhar  no que ele não gosta, é um "deserviço" pro espírito!"   Hélio Leites 

É isso!
Ah, e quero dedicar este mês ao Vinícius de Moraes, o tio Vini, que completaria idade nova na data do meu aniversário. Compartilharei com vocês algumas poemas e sonetos dele que eu adoro. Abraço a todos  e que O Eterno esteja sempre com vocês!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Queda da criação

Rejeição do plano de Deus

   As sentenças recebidas pelo homem e pela mulher na hora da queda afetaram não só o relacionamento entre ele, mas também sua relação com Deus e com a natureza. O julgamento que se seguiu não está necessariamente ligado à natureza do pecado cometido. O pecado e suas consequências trágicas e de longo alcance não forçaram um cancelamento dos planos do Criador. Como resultado da queda, sofrimento foi acrescentado ao nascimento de uma criança, tirania à liderança, rebelião à submissão e problemas no trabalho, bem como a separação nos relacionamentos destinados à união.
    A mulher tem particular interesse no juízo duplo proferido em Gn 3.16. A sentença para a mulher foi "sofrimento na gravidez". A gravidez, em si, não é uma condenação. Os filhos são herança e recompensa do Senhor. Ao dar à luz, a mulher tem a oportunidade de dar as mãos ao Criador na multiplicação da humanidade. Imaginar uma fgestação sem dificuldadeds é difícil, mas aparentemente esse era o plano original do Criador.
    A segunda parte da sentença - "o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará" - é descrito nas dolorosas consequências do pecado no relacionamento entre marido e mulher. Tanto um como outro escolheram ignorar os planos do Criador e fazer as coisas à sua maneira. Os papéis de complementaridade do homem e da mulher, que originalmente funcionaram para produzir harmonia e unidade, seriam dali em diante fonte de atritos. O plano de Deus não mudou. No entanto, a mulher teria uma tendência pecaminosa a desrespeitar o papel de liderança do homem, e ele, em sua pecaminosidade, teria a tendência de abusar de sua autoridade e até de subjugar a mulher.
    As mulheres e os homens cristãos apendem princípios claros para conter esses efeitos do pecado e para relembrar sua igualdade de valor como pessoas, na complementaridade e no relacionamento harmonioso para o qual foram criados.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Solidão

Jamais solitário

    Antes de criar Eva, Deus disse à Adão: "Não é bom que o homem esteja só". Embora, na realidade, não estivesse sozinho [os animais estavam lá]. Adão estava incompleto sem uma companhia humana. O mais importante propósito de Deus para seu povo é o relacionamento com Ele e de uns para com os outros.À parte dessa comunhão, só existe solidão e isolamento, como Adão e Eva descobriram quando desobedeceram a Deus.
    A solidão como resultado de relacionamentos rompidos não é o mesom que ficar só de vez em quando. Para ter um relacionamento íntimo e profundo com Cristo, é preciso apartar-se periodicamente do convívio com os demais e ter um encontro com Ele. Essa solidão com Cristo é desejável e muito diferente da dor do isolamento. Jamais estamos realmente sós por causa do nosso amigo Jesus.
    Jesus experimentou a solidão quando foi tentado no deserto, quando viajou e quando seus discípulos o abandonaram. Contudo, Ele ficou só apenas uma vez - quando, na cruz, foi feito pecado por nós.
 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Jô Lima >>> Essa sim merece o título: Melhor Amiga

    Estava em meu quarto na noite do dia 18 de abril, num estado que posso denominar como deplorável para o ser humano: deitada no chão do quarto, com o rosto banhado de lágrimas, unhas roídas, e o pior, uma dor lacinante em meu peito, dor que só sente quem jamais espera que alguém que você ama, adora e até certo ponto "venera" seja capaz de causar-lhe...
    Alguns minutos antes havia acabado de ouvir algumas palavras de alguém que me feriram mais que bofetadas, alguém que eu realmente jamais imaginara que pudesse fazer-me o que fez... Poucos minutos depois do ocorrido, Joseane me telefonou, atendi com a voz embargada, tentando disfarçar o choro, mas ela que me conhece bem logo perguntou: "O que aconteceu?" Eu não podia e nem devia mentir pra ela, mas apenas fui capaz de dizer "Nada". Em uma só palavra ela foi capaz de entender a minha dor e teve a sensibilidade de respeitá-la, deixando-me a sós com ela, mas sem abandonar-me. Às 23:19:43 h enviou-me a seguinte mensagem:
"O homem que tem muitos amigos pode congratular-se mas há amigos mais chegados que um irmao. Sempre havera alguem q superara as suas expectativas. Conte SEMPRE com a minha amizade e se um dia eu falhar, perdoe-me! E se de repente vc se sentir ilhada, lembre de Jesus o Amigo entre os lirios que nos e mister e q nunca abandona. Certas situacoes em nossa vida sao necessarias para a moldura do nosso carater, entao procure extrair o melhor desse momento. Boa noite!"
    Compreendi que por vezes julgamos alguém digno de algo, como um título por exemplo, mas na verdade, quem realmente o merece é alguém que nós verdadeiramente não esperamos. Essa não é a primeira vez que ela me consola, conforta; já houve outros momentos nos quais me senti sozinha e ela estava ali, bem do meu lado...
    Obrigada por existir, por fazer parte de minha vida. Hoje tenho certeza de que foi o Pai Celestial quem deu você pra mim, pra me amar e cuidar. Somente ao encontrar pessoas como você na difícil jornada desta vida é que me ponho a refletir sobre o cuidado do Criador pelas nossas vidas, pois fez questão de nos presentear com pessoas que verdadeiramente podemos contar e definitivamente chamar de AMIGAS, ou mais, como você, a quem posso chamar de Melhor Amiga. Amo-te, a "Cada dia mais e mais, e mais, e mais, e mais..."

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Casamento

O plano de Deus para o casamento é apresentado em Gênesis 2.24, repetido nos Evangelhos (Mt. 19.5) e nas Epístolas (Ef. 5.31). O casamento é perfeito quando estabelece o compromisso de um homem com uma mulher por toda a vida.
Deus nunca pretendeu que o homem ficasse sozinho. O osso do qual a mulher foi criada foi retirado do próprio homem. A mulher foi retirada do homem e depois apresentada a ele a fim de complementá-lo. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem, com necessidades físicas e emocionais que apenas outro ser humano pode preencher.
Não havia pais presentes no Éden, mas Deus prosseguiu com seu plano de unidade no casamento.Os dois devem "deixar" os pais  e "unir-se", a fim de se tornarem um. Devem estar dispostos a abandonar tudo o que pertence a  antigos compromissos, estilos de vida com objetivos individuais e unir-se um ao outro. Essa "união" refere-se a um laço forte e duradouro que os mantém ligados por um compromisso incondicional de amor e de aceitação, resultando numa unidade, uma combinação muito mais forte do que a força que cada um possuía separadamente antes.
Nenhuma outra relação humana, nem mesmo a de pais e filhos, é superada pelo laço entre marido e mulher. O casamento é um compromisso de aliança - um voto feito a Deus e ao companheiro, não apenas de amor, mas também de fidelidade, que devem durar  a vida toda num relacionamento de exclusividade.
O casamento é um milagre de três faces. É um milagre biológico, em que duas pessoas realmente se tornam uma só carne; é um milagre social, por meio do qual duas famílias são enxertadas uma na outra; é um milagre espiritual, no qual a relação do casal é uma figura da união de Cristo e sua noiva, a Igreja. De maneira clara, Deus planejou que transparência e abertura fossem parte do relacionamento no casamento - vulnerabilidade sem inibição.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Criação

Criação da mulher

    Deus identifica-se como o "ajudador" de Israel (hebraico 'ezer). A palavra não implica inferioridade. Descreve uma função mais do que digna. Ninguém perde valor ao assumir com humildade o papel de auxiliador. Como "auxiliadora" do homem, a mulher torna-se espiritualmente sua parceira na pesada tarefa de obediência a Deus e domínio sobre a Terra. Ela também recebeu papel importante na multiplicação das gerações. A mulher, como amiga mais próxima do homem, deveria proporcionar-lhe companheirismo e conforto. Ninguém poderia encorajá-lo e inspirá-lo mais do que ela, que foi criada para esse fim. Designada para ser a perfeita contraparte do homem, a mulher não era nem superior, nem inferior, mas equivalente e igual ao homem em sua pessoalidade, enquanto diferente e única em sua função.
    Homem e mulher foram criados à imagem de Deus. A diferença está em que o homem foi formado do pó da terra, e a mulher, a partir do homem. Ela corresponde perfeitamente ao homem, tem a mesma carne e sangue e, como "imagem de Deus", assim como o homem, é igual a ele de todas as maneiras. Pelo ato da criação em si, ela está inseparavelmente ligada ao homem. A unidade da raça está assegurada; o valor e a dignidade da mulher estão afirmados; o fundamento do casamento cristão está estabelecido de maneira memorável.
    A mulher não é uma ideia tardia. O homem foi planejado e criado física, emocional, social e espiritualmente já com a criação da mulher também planejada e assegurada. De fato, Deus disse que não era bom que o homem estivesse "só"; ele precisava da mulher. Deus formou o homem "do pó da terra", mas fez a mulher da "costela" do homem (hebraico tsela', literalmente lado).
    Deus utilizou Adão para expressar a singularidade da mulher num jogo de palavras. Mesmo a linguagem em si reflete a unidade que Deus planejou existir entre o homem (hebraico 'ish) e a mulher (hebraico 'ishshash). Apesar do fato de Adão ter dado nome a Eva, isso não implica que tivesse uma posição superior à dela; na cultura oriental - e até hoje -, o ato de dar nomes é bastante significativo e, em muitos casos, implica autoridade e responsabilidade. O nome da mulher (Eva significa mãe de todos os viventes) é um reconhecimento de sua origem, da mesma forma que o nome de Adão (hebraico adamh, literalmente "terra" ou "chão") aponta para o pó da terra como sua origem na criação.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Masculinidade

A natureza do homem

   Deus disse: "Façamos o homem À nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio..." (Gn 1.26). Deus estava definindo o que é masculinidade ao criar Adão e ao indicar seu papel, colocando-o no jardim para cultivá-lo e para dar nome aos animais. De fato, por meio das Escrituras, podemos ver delineado na vida dos homens o que parece ser imperativo para a liderança e responsabilidade masculinas.
     Deus capacitou o homem com grandes qualidades para uma liderança responsável. Isso pode ser positivamente canalizado na Igreja, na qual todos estão em posição de ensinar, de liderar por seu exemplo moral e de apoiar causas nobres.
     A força masculina, quando santificada, pode ser usada de maneira positiva, como na vida dos grandes homens que Deus levantou como líderes. Abraão mostrou características dessa "aventura" com Deus ao dar passos de fé como nenhum homem antes. Percebemos visão em Moisés e fidelidade em Josué, mesmo quando em minoria. Davi demonstrou coragem ao lutar contra inimigos incríveis e Neemias teve iniciativa como construtor, organizando homens para reconstruir os muros da cidade. Por outro lado, temos um homem como Nabucodonosor, que usou seu poder para destruição e crueldade na guerra.
    Deus equilibrou de maneira maravilhosa essa imagem de homem dominante, de força e de poder com o exemplo do Senhor Jesus, que foi movido por compaixão, pelo amor às crianças, pelo choro na morte de seu amigo e que deu sua vida para que outros pudessem viver. O "homem íntegro" encontra seu paralelo na "mulher forte".

sábado, 14 de maio de 2011

Amor Platônico

:: Acid ::

Você pensa que amor Platônico é ficar apenas desejando aquela(e) garota(o) linda(o) da escola que você sabe que nunca vai botar as mãos? Pense novamente. Após a leitura deste artigo, você nunca mais vai encarar o amor da mesma forma.

Entrevista com Renée Weber, por Scott Minners, extraída do livro A visão espiritual da relação Homem & Mulher; Ed. Teosófica

Todos já ouvimos falar de amor platônico e presumimos que ele está relacionado com a filosofia de Platão. O que é isso, exatamente?
O amor platônico é o mais incompreendido de todos os conceitos de Platão. As pessoas, que em sua maioria não conhecem a obra de Platão, pensam que amor platônico significa amor ascético ou assexuado. Isso não é verdade. Em O Banquete, Platão apresenta o amor sexual como um ato natural, mas com raízes infinitamente mais profundas.

No pensamento de Platão existe um princípio cósmico sobre o amor?
Sim. Para Platão o amor é um princípio cósmico. Ele afirmou que o amor é uma escada com sete degraus, que vão do amor por uma pessoa até o amor pelas realidades superiores do universo. Todo o livro O Banquete, sua mais importante obra sobre esse assunto, é dedicado ao amor em seus diversos aspectos. Ele diz que, mesmo que eu me apaixone por uma pessoa, atraído por qualidades, fixar-me exclusivamente nessa pessoa é permanecer no primeiro degrau de uma escada que possui muitos outros.
O passo inicial nessa escada, para a maioria das pessoas, ocorre através do amor físico. Platão diz que o ser humano busca a imortalidade através da pessoa amada, por meio da procriação. Entretanto, fixar-se nesse primeiro degrau é permanecer parado, em comparação a tudo o que uma pessoa pode vir a ser.
Isso não quer dizer que Platão negue o corpo ou o amor físico. Ele apenas afirma que, se eu deixar de ampliar esse relacionamento e não subir até os outros seis degraus, irei permanecer estagnado. Os passos seguintes serão um desdobramento natural da condição humana.

Aonde mais o amor pode levar? Como ele pode crescer até dimensões maiores?
O diálogo completo de O Banquete é a resposta de Platão a essa pergunta. No livro, diversas figuras da sociedade ateniense estão reunidas discutindo a natureza, o sentido e as implicações do amor. Elas fazem várias descrições de amor, todas unilaterais, embora não falsas, até chegar a vez de Sócrates. Uma das pessoas disse que o amor nos faz adotar atitudes nobres para sermos merecedores do amado. Outra afirmou que o amor é uma espécie de frenesi e loucura, e outros, como Aristófanes, classificaram-no como a busca da nossa outra metade.
Você poderia perguntar como é que a nossa "outra metade" se extravia. Segundo Platão, Aristófanes disse que todas as pessoas têm corpos duplos e dupla face. Haveria três tipos de humanos no mundo. Na figura homem/homem, o corpo todo era formado por figuras masculinas. Um outro tipo seria composto por elementos femininos, e por último haveria o masculino/feminino.

Seria um ser andrógino?
Sim, uma figura andrógina, com uma metade feminina e outra masculina. Trata-se, na verdade, de uma fábula, um mito encantador, destinado a revelar um ponto muito profundo. Segundo Aristófanes, esses seres duplos cometeram transgressões contra os deuses; como castigo, foram divididos ao meio. Sob essa perspectiva, o amor é literalmente a busca da outra metade.
Essa fábula tem implicações muito abrangentes em termos da metafísica e da ética de Platão. É um outro modo de afirmar que não somos seres completos, e que os movimentos do amor são uma busca de complemento.

Platão diz que o amor "é uma loucura que é dádiva divina, fonte das principais bênçãos concedidas ao homem."
Exatamente. Ele tem uma visão muito exaltada do amor entre os sexos e, na verdade, não quer que subestimemos o seu alcance e significado. Acho que ele emprega o termo loucura para se referir ao primeiro degrau, porque, sob a influência da paixão física, perdemos de vista perspectivas e prioridades. A alma anseia tanto pelo contato com a outra pessoa que perde o juízo.
Quando você está apaixonado, é como se o universo estivesse concentrado na outra pessoa. Isso não é necessariamente falso. Platão diz que, em certo sentido, o universo realmente está nessa pessoa. Você só precisa transformar essa dimensão e ver não apenas a pessoa, mas o universo nela.

Mas, no primeiro nível da escada, esse seria apenas um tipo de amor com motivação pura ou incluiria também uma relação amorosa normal, com suas doses de motivação egoísta?
Essa é uma pergunta vital para compreender a ótica de Platão sobre o amor. Tudo o que ele disse em O Banquete - ao amar uma pessoa você está amando o universo e vice-versa - relaciona-se ao amor genuíno, sem egoísmo. Ele jamais apóia o relacionamento físico apenas como meio de obter prazer.

Seria correto dizer que, para Platão, o relacionamento sexual significa mais que um impulso instintivo, porque poderia colocar a pessoa na senda do amor autotranscendente?
Sim, mas com a ressalva que você acabou de levantar: desde que seja uma paixão genuína, carinhosa e abnegada. Em todos os diálogos de Platão, o uso do outro simplesmente para uma gratificação egoísta se dissocia dessa senda; é uma cilada, um perigo, não é amor e não levará a lugar algum.
O amor platônico é tão amplo e universal que, embora comece como amor pela forma bela, termina como o amor pela própria beleza, um princípio eterno do universo. Você é levado, de um modo muito natural, a perceber que todas as formas belas são dignas de amor, se torna sensível a todas elas. Platão emprega constantemente o termo beleza; a beleza das idéias toma-se tão ou mais real que a beleza física.

Ao universalizar o conceito de beleza manifestada na forma, Platão a vincula ao amor?
Amor e beleza estão ligados. Você vê beleza quando está amando. À medida que progride, você sente por todas as formas belas a espécie de exaltação que experimentou quando se apaixonou pela primeira vez. Quando permite que o amor o leve para a frente, você sai do particular em direção ao múltiplo.
Em seguida, você vê que a beleza da mente é mais maravilhosa que a beleza da forma. Platão afirma que você se apaixona pela qualidade da mente de uma pessoa mesmo que sua forma física não seja tão graciosa. Essa é uma progressão do concreto para o imaterial, sob a influência e inspiração do amor.

Esse é o passo número dois?
Não. O passo número dois é amar todas as formas físicas belas. O terceiro passo é amar a beleza da mente, independente da forma física à qual ela está associada.

E qual é o passo seguinte?
O quarto passo da escada do amor é a ética - o amor pelas práticas belas. Envolve integridade, justiça, bondade, consideração - características que também contêm beleza e impelem ao amor. É um passo mais abrangente e universal. Ele conduz ao degrau número cinco, que é o amor pelas instituições belas.
Esse quinto estágio diz respeito ao modo como a sociedade funciona quando suas instituições estão em equilíbrio e harmonia. Trata-se de amor pelo governo, pela cultura e por tudo que a obra A Republica cita como exemplo de instituições belas. O bem comum é o interesse primordial, não o bem do indivíduo, do núcleo familiar ou mesmo da pequena comunidade.
Desse ponto, a alma ascende para o sexto degrau da escada do amor. Ele é uma curva gigantesca para o alto, em direção ao universal e ao abstrato. A isso Platão chama "ciência", ou seja, conhecimento e compreensão. No sexto passo você se apaixona pela ciência, que articula não só as leis que governam o indivíduo, a família e a sociedade, mas algo que transcende o meio local. A beleza da ciência é universal, como o Teorema de Pitágoras.

Ou como a biologia da Terra?
Exatamente. E como o universo de Einstein, que inclui o cosmo inteiro. A ciência apresenta beleza, harmonia e ordem. Você pode se apaixonar por isso tão profundamente quanto por um homem ou por uma mulher. Os grandes cientistas como Einstein, Kepler, Galileu e Newton afirmaram que, ao articularem as leis do universo, estavam estudando a lógica, a ordem e a beleza da mente de Deus.
Giordano Bruno, filósofo e cosmólogo executado pela Inquisição em l600, preferiu ser queimado na fogueira a negar seu insight científico de um universo infinito e interligado. Ele manifestou uma paixão tão profunda pelas leis do universo que defendeu sua visão assim como um homem defenderia a mulher amada de uma agressão. Preferiu a morte à negação desse amor. Isso é amor verdadeiro.

E o sétimo degrau?
Sócrates fala sobre ele em O Banquete. Você sabe que algo importante está para ser dito quando ele começa a falar, alegando que aprendeu tudo com uma sacerdotisa sagrada chamada Diotima. Nesse ponto, Platão prepara a audiência para esperar algo importante e profundo, e não nos desaponta.
Diotima afirma existirem os mistérios menores e maiores do amor. Os mistérios menores são os quatro primeiros degraus. Mas, ao explicar como ascendemos na escada, ela se detém; há uma espécie de momento solene no discurso. Ela diz a Sócrates: "Esforça-te, por favor, por estar o mais atento possível".
Sempre que um personagem de Platão diz isso, você sabe que ele vai articular um ensinamento esotérico. É um momento cercado de grande solenidade, onde o autor chama a atenção para algo importante.
Os mistérios maiores do amor (os degraus cinco, seis e sete) evoluem na direção da visão universal. Diotima afirma que, entre os passos seis e sete, passamos quase imperceptivelmente do mundano para as realidades superiores do universo. Platão emprega a palavra subitamente. Depois de passarmos por todos os degraus, ocorre, no sétimo passo, uma diferença de gradação; subitamente você vê não a manifestação da beleza, mas a beleza em si. Esse é o ponto alto dos sagrados mistérios. O amor se expressa como a manifestação eterna da beleza em si. Você se apaixona pela essência que torna belas todas as coisas.
Segundo o discurso de Diotima, em O Banquete, "apenas em tal comunhão, mirando a beleza com os olhos da mente, o homem será capaz de suscitar não projeções de beleza, mas realidades (pois ele entronizou não uma imagem, mas uma realidade), produzindo e nutrindo a verdadeira virtude para tornar-se o amigo de Deus, um ser imortal".

Isso soa como um contato visionário com uma realidade ou verdade suprema.
É uma espécie de visão. É como ver o sol na alegoria da caverna, em A República. Depois de viver de costas para o sol e ver apenas sombras na parede, subitamente você vê a luz! É uma fusão com a forma amada, a integralidade; é uma espécie de imortalidade.
O amor mundano e físico é o início da busca da totalidade. O final é a visão do que está por trás do universo, do que o faz girar. Portanto, no sétimo degrau da escada do amor, apaixonar-se é unir-se à origem do ser. É uma espécie de doutrina mística do amor, e esse é o amor platônico. Trata-se de um ponto de vista comovente e inspirador, que transcende enormemente a idéia de ficar de mãos dadas com alguém.

Platão diria que o amor está no centro da vida universal?
Sim. Em O Fedro, ele utiliza uma outra metáfora para mostrar essa mesma idéia de amor, oscilando entre o mortal e o imortal, entre o específico e o universal, entre o concreto e o abstrato. Nessa obra, os amantes são impelidos a buscar regiões mais elevadas, formas mais puras de amor. Por isso, criam asas. As asas permitem que eles voem até a borda do universo, onde eles vêem as formas eternas, ou seja, a essência das coisas temporais.
Em seguida Platão expõe outra metáfora: a da carruagem puxada por dois cavalos, um branco e outro negro. O garanhão negro representa o amor egoísta, quando uma pessoa usa a outra para a autogratificação. Uma pessoa comandada pelo cavalo negro clama pela satisfação imediata dos seus desejos, sempre orientada pelo egoísmo. Se esse garanhão sombrio governa, ele perturba o equilíbrio da manada. Esse tipo de amor não conduz ao amor universal.
São afirmações como essas que revelam a tendência ascética de Platão. Ele adverte contra o tipo de amor excessivo, desequilibrado e autocentrado. Isso não é amor, em absoluto; é apenas amor-próprio. Mas se a pessoa ama verdadeiramente, o cavalo branco ajuda a governar, de forma que todo o grupo - o cavalo branco, o cavalo negro e o cocheiro - possa ascender em direção à "borda do céu" e visualizar as verdades eternas. O cavalo branco fornece equilíbrio com seu bom senso, integridade, altruísmo e interesse pelo outro.

O cavalo negro seria um símbolo dos sentidos físicos, enquanto o branco seria aquilo que está além dos sentidos?
Essa é a idéia, em termos gerais.

E o condutor do grupo? O que ele simboliza?
Ele representa a alma e a visão da alma, o bom senso, a pureza, o desejar espiritual. O amor pode ser a própria carruagem, o veículo para nos conduzir a uma nova dimensão do ser e proporcionar vislumbres de outros estados de consciência, no próprio ato do amor.

Atualmente poderíamos dizer que Platão sustenta uma união sexual intensa e profunda como a antecipação do êxtase da união com a realidade espiritual divina que está por trás do universo. É a imortalidade do homem simples. É uma manifestação, mesmo que reduzida, da união divina. Por isso, os seres humanos certamente valorizam a experiência do amor e do sexo. Por meio de um amor sexual intenso, cada um de nós experimenta por breves momentos a autotranscendência e a abnegação.
No degrau número sete da escada, essa autotranscendência, que era breve e momentânea, transforma-se no estado natural onde passamos a habitar o tempo inteiro. O "eu" desapareceu no segundo plano. No primeiro plano passaram a brilhar as verdades eternas, o bem e a beleza, entendidos como indissolúveis e evidentes para a alma capaz de vê-los.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Felicidade

Experimentar a alegria de Deus 

    A felicidade pode ser definida como uma sensação de contentamento espiritual que nos acompanha em vitórias, perigos ou angústias da vida, dando-nos equilíbrio, serenidade, paz de espírito e tranquilidade. A felicidade pode ou não estar relacionada com os acontecimentos de nossa vida. Em muitas ocasiões os acontecimentos externos afetam nossas atitudes. Contudo, a felicidade é, também, um ato de vontade. Muitas coisas que "acontecem" na vida são motivo para nos sentirmos infelizes, mas temos o poder, por intermédio de Cristo, de reagir como quisermos a isso. A felicidade é uma opção positiva potencial.
    Jesus mostra algumas características que geram felicidade (humildade, justiça, misericórdia, espírito apaziguador). O cristão deve se preocupar não em fazer, mas em SER e VIVER! O comprometimento total com o Senhor resultará numa  reação cristã instintiva aos acontecimentos, à medida que ocorrem. Devemos apropriar-nos das ferramentas que Deus colocou à nossa disposição (a Palavra dEle e o Espírito Santo) para buscar a felicidade. Quando a fé e a conduta do cristão estão equilibradas, resultam em felicidade.
   Felicidade é desfrutar de tudo o que o Senhor nos deu e não nos lamuriar pelas coisas que nos foram tiradas ou recusadas. Felicidade é confiar na onisciência e soberania de Deus. Devemos acreditar que, em cada "acontecimento", Deus vai operar para o nosso bem. A felicidade vem da obediência diária e da fé no Senhor.

"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus"

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Paz E Comunhão

Cuida do passarinho e também da flor, 
eles esperam pelo teu amor!
Faz do teu lar um ninho e do mundo um chão
Onde se plante paz e comunhão!
Para que brote e cresça a mais viva semente;
Para que a gente tenha o que colher.
Para que o pão que venha a ser por nós assado
Seja um sinal traçado de viver.
Faz uma nova casa na varanda do velho chão,
Convida teu irmão pra vir morar contigo;
Planta paredes novas, feitas para
servir de lar e abrigo.

Faz um café gostoso, põe a mesa no teu jardim;
Deixa que assim as plantas tenham paz contigo;
Convida o universo faz a vida
ganhar maior sentido!
Cuida da tua morada!
Cuida do pequeno mundo!
Deixa teu irmão bem perto
Livre...

 João Alexandre



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Marcas

Quando nos sentimos abandonados por alguém que acreditávamos que nunca nos faria chorar e em quem mais confiávamos, tentamos sobreviver a isso depois que o simulacro se quebra... O tempo passa, pois como disse Shakespeare "não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o tempo simplesmente não pára para que você o conserte". Passado o tempo, o que nos restam são apenas marcas...

Marcas... 

Trazem tristeza, dor, arrependimento e muitas vezes revolta, porém esquecemos que existem marcas capazes de nos trazer consolo, alívio, gozo, paz e até alegria.

Sim! Marcas que curam e desfazem outras marcas...

Se fez necessário que alguém fosse marcado para que ao lembramo-nos de nossas próprias marcas, pudéssemos crer que marcas são capazes de desfazer maldições, restaurar mentes, corações e sarar as feridas mais profundas.

Essas marcas são a marca da cruz, a marca do Deus Vivo, elas sim são a única cura para as nossas marcas, sejam elas físicas, psicológicas, espirituais ou emocionais.
Deliciem-se com essa canção, belíssima, e sintam o inefável amor de Deus demonstrado nas marcas da cruz.


MARCAS - SORAYA MORAES

Imagino-Te Senhor andando sobres as águas
E operastes maravilhas por onde passavas
Deixaste marcas eternas na alma
E na história do homem e agora em mim
Cada dia mais e mais, e mais, e mais, e mais

Marcas que desfazem maldições
Restauram mentes e corações
Saram as feridas mais profundas
A marca do Deus vivo é a única cura
A marca do Deus vivo é a única cura

Eu sou testemunha viva dos Teus milagres
Tenho visto maravilhas por onde me levas
As mesmas marcas são feitas
Na alma e na história de todo que crê
Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre
E sempre Jesus é o mesmo hoje, ontem e sempre
E sempre, e sempre, e sempre, e sempre



"Feridas saram, mas há momentos para deixar o Grande Médico realizar a cirurgia, a fim de que sarem corretamente"

domingo, 1 de maio de 2011

Caso pluvioso


A chuva me irritava. Até que um dia
descobri que Maria é que chovia.
A chuva era Maria. E cada pingo
de Maria ensopava o meu domingo.

E meus ossos molhando, me deixava
como terra que a chuva lavra e lava.
Eu era todo barro, sem verdura…
Maria, chuvosíssima criatura!

Ela chovia em mim, em cada gesto,
pensamento, desejo, sono, e o resto.
Era chuva fininha e chuva grossa,
matinal e noturna, ativa…Nossa!

Não me chovas, Maria, mais que o justo
chuvisco de um momento, apenas susto.
Não me inundes de teu líquido plasma,
não sejas tão aquático fantasma!

Eu lhe dizia em vão – pois que Maria
quanto mais eu rogava, mais chovia.
E chuveirando atroz em meu caminho,
o deixava banhado em triste vinho,

que não aquece, pois água de chuva
mosto é de cinza, não de boa uva.
Chuvadeira Maria, chuvadonha,
chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!

Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo,
poças dágua gelada ia tecendo.
Choveu tanto Maria em minha casa
que a correnteza forte criou asa

e um rio se formou, ou mar, não sei,
sei apenas que nele me afundei.
E quanto mais as ondas me levavam,
as fontes de Maria mais chuvavam,

de sorte que com pouco, e sem recurso,
as coisas se lançaram no seu curso,
e eis o mundo molhado e sovertido
sob aquele sinistro e atro chuvido.

Os seres mais estranhos se juntando
na mesma aquosa pasta iam clamando
contra essa chuva estúpida e mortal
catarata (jamais houve outra igual).

Anti-petendam cânticos se ouviram.
Que nada! As cordas dágua mais deliram,
e Maria, torneira desatada,
mais se dilata em sua chuvarada.

Os navios soçobram. Continentes
já submergem com todos os viventes,
e Maria chovendo. Eis que a essa altura,
delida e fluida a humana enfibratura,

e a terra não sofrendo tal chuvência,
comoveu-se a Divina Providência,
e Deus, piedoso e enérgico, bradou:
Não chove mais, Maria! – e ela parou.

Carlos Drummond de Andrade


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Arte de Amar


ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
 
 
 

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tua Dor Vai Passar

Oh! Meu Deus
Me ensina a ouvir tua voz
Me ensina a entender teus sinais
Não quero errar mais

Chorei
Ninguém quis entender minha dor
Pessoas que falavam de amor
Não sabem amar
Me escondi, me fechei no meu mundo
E esperei, me calei
No silêncio te escutei
Me dizer: 

Filho meu, eu jamais te deixarei
Tua dor vai passar
Com o tempo vai passar
Meu amor te levantará
Eu te separei, não desistirei
Se clamares,
Eu te ouvirei,
Teu louvor eu receberei
Tua oferta aceitarei
Te amo! 
Para sempre me alegrarei em ti. 


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Centenário Primeira Guerra Mundial

Arquivo digital resgata cotidiano da Primeira Guerra Mundial

   Com a proximidade do centenário do início da Primeira Guerra Mundial, projeto europeu vai resgatar na internet o dia-a-dia de quem vivenciou o conflito. Uma exposição itinerante acompanha o projeto.
   Em junho de 2014, completará um século a invasão da Sérvia pelas forças do Império Austro-Húngaro, evento que desencadeou a Primeira Guerra Mundial. Durante os quatro anos de conflito que se seguiram, uma média de 8 mil vidas foram perdidas a cada dia.    Para marcar o centenário e homenagear milhares de famílias afetadas pela guerra, a Universidade de Oxford e a Europeana, que reúne o patrimônio cultural e científico europeu num arquivo digital multilíngue – inclusive em português –, trabalham no projeto que vai contar a história da Primeira Guerra por meio de documentos cotidianos.   A ideia é recriar um cenário confiável que mostre como era a vida do cidadão comum que viveu e lutou naquele confronto. Por meio de fotos de família, cartas e diários, os organizadores planejam formar um grande arquivo que traz histórias inéditas vividas em fronts de guerra em todo o mundo.   O arquivo será uma fonte livre de pesquisa não apenas para historiadores, mas ajudará futuras gerações a entender o conflito e o pensamento coletivo daquela sociedade que viveu os horrores da guerra entre 1914 e 1918.   "O principal objetivo do projeto é lançar um olhar sobre a tragédia da guerra e seus efeitos nos familiares", disse à Deutsche Welle Everett Sharp, historiador militar da Universidade de Oxford. "O que me impressiona é que, em 1915, tanto os soldados britânicos como alemães mandavam cartas do front para casa que diziam 'eu espero que essa guerra acabe logo.'"  

Das sombras  

   Mas o fim não estava próximo. Seriam necessários mais três anos até que as armas fossem abandonadas, que 16 milhões de pessoas fossem mortas e 21 milhões feridas, e famílias inteiras fossem dissipadas por toda a Europa.   Para Frank Drauschke, historiador da empresa de pesquisa berlinense Facts & Files, o fato foi praticamente esquecido, pelo menos na Alemanha e apesar de toda a tragédia e miséria que trouxe. "A Segunda Guerra Mundial e o sofrimento que trouxe de todas as maneiras possíveis foram tão grandes, que a amargura da Primeira Guerra foi ofuscada", argumenta Drauschke.   O projeto Europeana, que é financiado pela Comissão Europeia e já está parcialmente acessível, quer muda esse cenário. Uma equipe de especialistas está atualmente na Alemanha convidando residentes a se manifestarem e compartilharem qualquer tipo de suvenir que possam ter daquela época.   Até o momento, a repercussão tem sido grande, fato que Drauschke atribui à vontade que as pessoas têm de mostrar seus tesouros familiares. "Quando você pede para as pessoas trazerem seus objetos para um projeto como esse, elas se sentem como se, finalmente, estivessem sendo reconhecidas. Eles se sentem como se estivessem contribuindo, em vez de deixaram os objetos esquecidos no sótão."  

Para eternidade     

   Para historiadores, o dito sótão é um lugar perturbador. No melhor dos casos, os documentos guardados nesse ambiente acumulam poeira. No pior, eles têm um destino cruel durante uma faxina. O arquivo digital espera encorajar as pessoas a resgatarem tais documentos e apresentá-los ao resto do mundo, seja disponibilizando-os na internet ou levando-os para uma exibição itinerante.   Jon Purday, porta-voz da Europeana, diz que o projeto pode ajudar as pessoas a entenderem mais sobre suas próprias famílias. Exposições itinerantes já aconteceram no Reino Unido e agora serão levadas para França, Bélgica, Polônia, Países Bálticos, Bálcãs, Áustria e Itália.   "As pessoas trazem objetos e dizem 'eu acho que este era meu bisavô, mas não sei onde ele estava e o que ele fazia,' e nossos historiadores podem olhar para a evidência e dizer 'nós sabemos que ele era um oficial de infantaria e que esse capacete significa tal e tal coisa' , então as pessoas vão embora sabendo muito mais, e se sentindo felizes por isso", explicou Purday à Deutsche Welle.  

Uma nova abordagem

   Ao encorajar as pessoas a contribuírem com material privado para arquivos públicos, uma nova perspectiva da guerra vem à tona. Essa contribuição dá um tom mais pessoal e ao mesmo tempo mais extenso ao conflito, chegando a níveis que livros simplesmente não alcançam.   "Livros sempre usam as mesmas fotografias, mas quando você reconta uma história por meio de um relato pessoal, isso atinge muito mais as pessoas. Esse é o motivo pelo qual eu quis oferecer o que eu tenho, eu vez de mantê-lo na minha gaveta", diz Guido Papperitz, colaborador da Europeana.   Os organizadores planejam completar o arquivo até 2014. Além de material privado, poderão ser acessados documentos oficiais incluindo jornais e arquivos da guerra que estão sendo digitalizados por bibliotecas nacionais em toda a Europa como parte do projeto.   "Usuários poderão explorar rotas diferentes e visualizar os documentos sob diferentes pontos de vista. Isso funciona se você puder cruzar a fronteira entre o público e o profissional e entre os diferentes países", comenta Purday.   Diferentes nações significam línguas diversas. Enquanto a equipe não tiver capacidade para traduzir os documentos, a esperança é que uma comunidade de usuários se forme em torno do arquivo e que se ofereça para transcrevê-lo. Uma vez transcritos, os documentos poderão ser acessados e traduzidos através de ferramentas de tradução.  

 Autora: Tamsin Walker (np)
Revisão: Carlos Albuquerque

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